SOLOS CASCALHENTOS DO BRASIL CENTRAL: ASPECTOS METODOLÓGICOS E CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-HÍDRICA

Abstract

A inserção de solos cascalhentos no processo produtivo de grãos vem sendo realizada de maneira desordenada e resultando em casos de sucesso ou de degradação. O conhecimento dos comportamentos físico-hídrico destes solos pode constituir a base para seleção de novas áreas potenciais para conversão em campos de agricultura. No entanto, a amostragem em solos com cascalho é um desafio, esta fração constitui uma dificuldade a ser superada. Com isso, o objetivo dessa pesquisa foi avaliar a física de solos cascalhentos do Brasil central, os aspectos metodológicos e caracterizá-los. Para tanto, foram coletadas amostras indeformadas e deformadas em dez solos cascalhentos nos estados de Goiás e Tocantins. As amostras deformadas foram utilizadas na confecção de amostras deformadas-volumétricas equivalentes às amostras indeformadas e foram submetidas a análises laboratoriais. A amostra indeformada é insubstituível e indispensável para caracterização físico-hídrica de solos cascalhentos. A coleta é bem-sucedida quando da adoção do amostrador de Uhland. Cambissolos, Plintossolos e Latossolo apresentam comportamento físico-hídrico semelhante e com restrições ao uso intensivo para produção de grãos que demandam cautela quando da incorporação no processo produtivo. Dos solos avaliados, o conteúdo de cascalho constituiu a principal limitação. A avaliação das relações de massa e volume dos constituintes do solo possibilita considerações críticas ao Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, notadamente acerca das determinações das frações grossas em base volume. Os resultados sugerem a reclassificação de Plintossolo ou, mais coerentemente, a redefinição dos teores limites utilizados como critério para a ordem.